quarta-feira, agosto 31, 2011

Como se constrói um fenômeno de mídia?

De início já deixo claro que sou um ignorante completo em relação a esses eventos que, vejo aparecer em chamadas nos portais da mídia (UOL, Globo, etc. ) designados como UFC.

Dia desses, movido mais pela curiosidade de saber o que é isso (sabia que era um tipo de luta, mas nada mais), matei minha curiosidade lendo o verbete UFC na Wikipedia (ao procurar o termo nos deparamos com uma desambiguação - Universidade Federal do Ceará ou Ultimate Fighting Championship). 

Acho que fiquei razoavelmente informado com o que li. Mas a  informação não me moveu no sentido de sentir vontade de ver a transmissão de uma dessas lutas (nem procurar no You Tube algum vídeo).

Fiquei me perguntando, porém, o que atrai as pessoas para ver tais disputas. Apesar de ninguém do meu círculo de convivência familiar ou profissional, nem meus amigos, falar sobre tais lutas, percebo  que há interesse de muita gente. Como eu disse, as lutas tem chamadas em destaque nos portais na internet.

Hoje, no blog do Luís Nassif, vi que já há uma disputa entre emissoras de TV para transmitir tais eventos. O comentário de um dos leitores parece que me deu uma pista. Ele fala que o modelo das luta atrai aqueles que estão acostumados com os "consoles radicais". Ou seja, os jogos eletrônicos criaram um mundo próprio que agora os seres humanos tentam mimetizar nesses confrontos realizados em um ringue octogonal. Pode ser, é uma hipótese que me parece plausível. Mas, ainda tenho dúvidas.

George Canguilhem afirma em uma de suas obras que as interpretações sobre o funcionamento do corpo humano incorporaram, na modernidade, os modelos de funcionamento das máquinas, sendo que essas, antes, foram construídas tendo o corpo humano como referência. Será que que há um paralelo no caso desses combates? O virtual, que procura reproduzir o ser humano, mas um ser humano que não tem limites físicos, serve agora de modelo para criar uma atividade realizada por seres humanos de verdade?

Continuo sem vontade de ver as tais lutas. Mas entender como se constrói esse fenômeno midiático é interessante.