Tive bons professores. Algo que foi
fundamental em minha vida.
Também tive professores que não foram
bons. Não sei dizer porque eles não foram bons. Simplesmente não
fizeram parte do grupo dos bons professores. Muitos deles foram para
as áreas obscuras de minha memória.
Dos bons professores eu me lembro bem.
Mas, seria inútil apresentar aqui os nomes deles. A lembrança do
que eles foram é mais importante. Não estou querendo dizer que todos foram iguais. Cada um deles era uma singularidade.
Foram os meus bons professores e foram importantes. Isso basta.
Considero que eles não estão presentes em mim. Afinal, eu também
sou uma singularidade. Mas eu não seria o que sou sem eles.
Meus bons professores eram pessoas de
grande cultura. Penso que isso é essencial. Eles sabiam muito mais
do que aquilo que ensinavam. É importante dizer, eram capazes de
transitar por campos que não se ligavam diretamente ao que
ensinavam. Muitas vezes isso aparecia nas aulas e era uma agradável
surpresa. Mostrava como uma aula podia ganhar contorno e cores
vibrantes.
Todos eles sabiam do que falavam.
Tinham um domínio sobre aquilo que ensinavam de tal modo que era
confortante na medida em que a segurança deles parece que
transbordava para nós alunos. É claro que isso não significava
infalibilidade. Era apenas uma garantia, a confiança tão necessária
para as relações entre as pessoas. Isto é, era possível confiar
nos meus bons professores.
Contudo, há algo que era fundamental.
Os meus bons professores viam os seus alunos como possibilidades
interessantes. Acreditavam que poderíamos aprender e ser importantes
a partir daquilo que aprendíamos. Ou seja, se de um lado eu confiava
neles, de outro eles confiavam em mim. Essa perspectiva foi o mais
importante. Afinal, educação é uma aposta no futuro.
Os meus bons professores enxergavam em
mim aquilo que eu ainda não via. Penso até que eles viram muito
mais do que aquilo que eu mesmo vi.
Aos meus veneráveis bons professores,
mais do que a gratidão, o meu respeito.