A autonomia, que o jornal chama de autonomia curricular, é apontada como um dos ingredientes da receita para o fracasso da rede pública estadual de ensino de São Paulo. E, nesse sentido, o jornal louva a iniciativa da secretaria de educação elaborar e distribuir roteiros de conteúdos para serem seguidos por todos os professores da rede pública de ensino.
Todavia, para que não se trate do tema a partir meramente da opinião é necessário ter claro, em primeiro lugar, o que significa a autonomia da escola. Inclusive, para que os termos sejam entendidos de forma objetiva e não haja confusão de interpretação.
Para discutir esse ponto sugiro a leitura do texto de José Mario Pires Azanha que trata de juntar dois temas: a autonomia da escola e a proposta pedagógica (ver o texto aqui).
É interessante é observar que o autor procura mostrar que há uma relação entre esses dois elementos. Em primeiro a própria idéia de autonomia da escola, que ele sintetiza como sendo a possibilidade de as escolas tratarem, de modo objetivo, de suas demandas e necessidades no sentido de atingir os objetivos socialmente definidos para elas. Para tanto é necessário que elas assumam responsabilidades - que é um princípio da autonomia - elaborando a proposta pedagógica a ser implementada.
Mas, para isso, é necessário que os profissionais da educação estejam preparados para tal ação. Uma preparação que não pode ser apenas para tratar de ensinar alguma coisa para alguém mas, para além e sem deixar de considerar isso, precisa considerar o trabalho da escola como um todo.
Um grande desafio portanto.