quinta-feira, julho 12, 2007

Realidade, ficção, violência nas escolas

Acompanhei, nas últimas semanas, uma série de notícias publicadas no portal Globo.com de agressões de alunos contra professores e funcionários de escolas. Chamou-me a atenção o fato. Perguntei-me sobre o motivo de tal pauta.
Na semana passada tive a resposta a partir da observação de um dos meus alunos. Ele me informou que a rede Globo lançou uma novela, cujo título é Sete pecados, na qual uma das personagens é uma professora que é designada para ser diretora de uma escola pública que se encontra numa situação crítica (ver texto aqui). Outra colega me informou no início desta semana que o programa Fantástico, da mesma emissora, também apresentou uma reportagem sobre o mesmo tema (ver texto aqui).
Ao mesmo tempo, na revista Cult deste mês, que apresenta um excelente dossiê sobre a TV, li num dos textos que a TV mistura a realidade e a ficção fazendo uma indistinção entre elas (já fiz um comentário sobre isto em outro post). Esta indistinção tem a ver com a fragmentação que a TV utiliza como uma espécie de defesa. Os temas precisam tratados de modo superficial (rapidamente) e irem se repetindo. Isto porque a recepção dos programas ocorre em ambientes que potencialmente desviam a atenção dos expectadores. Ao mesmo tempo, este pode, a todo momento, trocar de emissora.
Ontem, na Folha de S. Paulo, o colunista Ruy Castro acabou, a partir da pauta da Globo, fez um texto com o título "A selva na sala de aula". Este texto acabou reproduzido no portal da Andifes (ver aqui).
Os episódios de agressão contra professores são fatos e não ocorrem apenas no Brasil.
Mas, a questão que se coloca, aqui, é qual o objetivo do veículo de comunicação?
Colocar o assunto na pauta dos noticiários e, ao mesmo tempo, apresentá-lo numa novela expressa que tipo de intenção?
Ao mesmo tempo, como o tema está sendo tratado?
Vejam, por exemplo, como já se configuram certos juízos de valor. Uma matéria do G1 (da Globo.com) relaciona a violência com o sistema de progressão continuada (ver texto aqui). Mas, é possível estabelecer uma relação de causa e efeito a partir apenas dessas evidências?

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